Olá
leitores do blog. Hoje escrevo essa postagem, bastante preocupada com
os atuais acontecimentos da nossa política. Garantias e direitos que
lutamos tanto, nas Diretas, nos movimentos estudantis, de classe, estão
sendo ameaçados. Vamos entender o que estão querendo aprovar e como essas mudanças vão afetar o nossa e as próximas gerações.
Gente boa parte da arrecadação do governo federal é destinada
para o pagamento de juros e amortizações: dos R$ 2,268 trilhões do
orçamento da União de 2015, R$ 962,31 bilhões foram consumidos com o
pagamento da dívida. Enquanto o governo gastou 42,3% do
orçamento com juros, saúde e educação só receberam a fatia de 4,14% e
3,91%, respectivamente.
Como o Brasil se considera a 8a. economia do mundo e, ao mesmo tempo, ter 12% de analfabetos e somente
16% da população com curso superior? “A sociedade com muito analfabeto
dificulta a produção de tecnologia. A gente não produz tecnologia aqui,
não há incentivo”, observou. Na opinião dela, o conjunto de medidas e
retrocessos propostos pelo governo Michel Temer (PMDB) só contribui para
a dependência de “um capitalismo central.” “Eles não querem que a gente
seja autônomo”, completou Bernadete Menezes, da Auditoria da Dívida Cidadã..
Aliado a isso existe em andamento um processo de privatização de estradas, empresas públicas e riquezas do Brasil. Qualquer semelhança com uma recolonização não é uma mera coincidência é uma intenção real.
PEC 241
A PEC 241 em resumo, congela gastos em áreas essenciais, como
saúde e educação, por um período de 20 anos, já imaginou o retrocesso? Já foi aprovada em dois turnos pelos deputados e segue para o Senado se a sociedade não pressionar será aprovada.
Essa PEC altera a Constituição de 1988
e atinge “gastos diretos”, além de saúde e educação, áreas social,
serviço público, ciência e tecnologia. Quem vai ser mais prejudicado? A população de baixa
renda como sempre. A PEC 241 prepara o estado brasileiro só para ser um pagador de
juros e não mais investir no país.
Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Educação (CNTE), projeta uma redução dos
gastos com educação pela metade ao longo de 13 anos, a partir de uma
estimativa caso a PEC fosse aprovada em 2003. “Nós teríamos um
decréscimo no valor aplicado em educação, seria reduzido pela metade”,
frisou a Deputada Stela Farias, acrescentando que programas como Bolsa Família estão
ameaçados devido aos limites impostos pela PEC 241. “Haverá uma drástica
redução dos serviços públicos essenciais em relação ao Produto Interno
Bruto (PIB)”, emendou a presidente da Frente Parlamentar em Defesa do
Serviço Público.
O Sistema Único de Saúde (SUS), exemplificou a deputada, é outro que
sofrerá o impacto do congelamento de gastos e atingirá diretamente a
população de baixa renda “que não tem plano de saúde.” “A PEC, apelidada
por nós como ‘PEC do fim do mundo’ vem para extinguir direitos. Nós não
temos saída, vamos colocar o bloco na rua, é só com muita luta”,
alertou Stela, encerrando sua manifestação.
Escola sem Partido
Escola sem Partido foi o tema abordado pelo professor, escritor e
jornalista Juremir Machado. Ele defendeu que a sala de aula deve ser
laboratório para abordar assuntos como corrupção, sexualidade e consumo
de drogas. “Escola sem Partido na verdade é escola com muito partido, um
partido com determinadas ideias. O que está se pretendendo é uma escola
neutra, pretensamente imparcial, uma escola que não existe e nunca
existiu”, definiu Juremir, sobre a proposta.
Na opinião do jornalista, a escola não pode ser “um culto ao passado”, reforçando a necessidade de discutir temas atuais. “A escola precisa discutir o que aconteceu recentemente no Brasil: foi
golpe, ou foi impeachment?”, exemplificou ele. “A história do Brasil é
um golpe atrás do outro”, criticou o escritor, que foi muito aplaudido
pelos estudantes. A proposta, afirmou ele, tem por objetivo “fazer uma
lavagem cerebral”, defendendo o debate com seus defensores com o fim de
derrubar seus argumentos.
A reforma do Ensino Médio,
implantada, no dia 22 de setembro, por meio de Medida Provisória (MP),
pelo governo Temer. A professora Marli da Silva criticou o fato de o governo recorrer a
uma MP por se tratar de assunto “urgente e relevante.” “Nós todos
sabemos que o Ensino Médio tem de ser modificado, o ensino tem de ser
urgente, mas com o pé no chão da escola”, alertou Marli. A reforma
prevê, entre outros pontos, a flexibilização dos currículos e aumento
gradual da jornada escolar.
A preocupação, confessou ela, é com a possibilidade de a Medida
Provisória, que tem validade de até 120 dias (em janeiro), possa ser
votada pelo Congresso Nacional sem as alterações necessárias ao texto
proposto pelo governo. “Tem de mudar porque não dialoga com vocês”,
explicou a professora, referindo-se aos estudantes, os maiores
interessados. Há, segundo a professora, muitas questões a serem
esclarecidas e, portanto a reforma precisa ser debatida. A carga
horária, prevista de 1,4 mil horas, é um dos temas, exemplificou a
professora, que tem de ser discutida.
É isso gente. E nós vamos ficar em casa sentados no sofá enquanto os políticos arrancam os nossos direitos? A aluna do ensino médio Ana Júlia, dá um recado emocionante à sociedade brasileira.